Agente de Saúde presa em Tijucas segue detida em presídio de Florianópolis

Documentos revelam como os golpes eram aplicados; valor emprestado era parcelado em 84 vezes

09/05/2022 - 11:00min

por

Luan Lucas

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Imagens: Reprodução/TV VIP

A agente comunitária de Tijucas, apontada como autora de diversos golpes financeiros, continua presa. Após o cumprimento da ordem judicial que determinou a prisão preventiva, a funcionária pública foi encaminhada ao Presídio Feminino de Florianópolis.

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Fotos: Luan Lucas/VipSocial

No último sábado, 07 de maio, uma audiência de custódia, presidida pelo juiz da Comarca de Tijucas, Dr. José Adilson Bittencourt Júnior, manteve a decisão do dia anterior. No ato, a detida foi representada por uma advogado nomeado pela Justiça, já que não havia indicado o defensor.

Desta forma, o acompanhamento foi feito pelo advogado criminalista Dr. Mateus Guinzani, do escritório Borba&Curti. Logo após a audiência, o jurista concedeu entrevista exclusiva à equipe de reportagem do VipSocial.

Fui nomeado para participar da audiência de custódia. Uma audiência exclusivamente para verificar as condições da prisão. Se houve violência, se a pessoa foi bem tratada pela Polícia, se houve o respeito às garantias e direitos dela. A presença do advogado, obviamente, é indispensável. Em um primeiro momento, existia uma ordem judicial. Então, os fundamentos dessa prisão já estavam colocados em uma decisão, por um juiz. A prisão foi mantida porque não teve nenhuma alegação de violação de direitos”.

Dr. Mateus Guinzani, advogado criminalista

INVESTIGAÇÃO

O caso seguirá sendo investigado pela Polícia Civil. Novas informações devem ser divulgadas nesta semana e outras testemunhas serão ouvidas. Até o momento, o processo segue sendo presidido pelo delegado Aderlan Camargo.

Segundo a apuração, a detida, identificada pelas iniciais M.S., de 33 anos, seria a autora de diversos golpes financeiros aplicados contra idosos. Cinco vítimas já prestaram queixa na delegacia, mas os agentes acreditam que novas denúncias devem ser feitas.

Servidora da Saúde do município, a golpista utilizava o sistema de cadastro dos pacientes no Sistema Único de Saúde (SUS) para ter acesso às informações das vítimas. Em seguida, registrava fotos dos idosos, com a desculpa de que faria um recadastramento.

Através de bancos digitais, abria contas e realizava empréstimos. Os valores eram depositados nas contas criadas e, em seguida, destinados para as contas pessoais. Em formato consignado, os empréstimos eram descobertos meses depois.

Devido a carência, os descontos ocorriam somente três ou quatro meses após a assinatura digital dos contratos. Neste momento, R$ 135 mil foram recebidos pela autora. Porém, como o pagamento era parcelado em 84 vezes, os juros imposto pelos bancos fazia com que a dívida dobrasse.

Em um dos casos, o valor emprestado foi na casa dos R$ 40 mil. Com o parcelamento, o prejuízo do idoso chegará a R$ 83 mil e deverá ser pago mensalmente até 2029.

PREFEITURA DE TIJUCAS

A prefeitura de Tijucas foi contatada pela equipe de reportagem e deve emitir uma nota oficial sobre o tema. A servidora atuava como agente comunitária na Unidade Básica de Saúde Dona Calina, no bairro Praça.