Imagens: Reprodução/TV VIP
Na semana das eleições suplementares de Porto Belo, o Jornal Vip deu início a uma série de entrevistas com os candidatos à prefeitura. O intuito é ajudar os portobelenses a definir o nome, através do diálogo e apresentação das propostas.
Fotos: Natália Minich/VipSocial
A primeira convidada, nesta segunda-feira, 30 de maio, foi a candidata do Partido dos Trabalhadores (PT), Rosaura Rodrigues. Em 10 minutos de conversa, contabilizados em um cronômetro, a postulante respondeu aos questionamentos do apresentador Luan Lucas. Assista no topo do vídeo ou leia abaixo:
Rosaura Rodrigues
"Eu acho que é bem importante o fato de a gente ter uma eleição fora de época. Eu entendo que os eleitores quando votam, querem que aquele voto seja garantido durante o tempo do pleito, os quatro anos. E isso não aconteceu em Porto Belo por um declínio da chapa inteira. Isso, de alguma forma, causa estranheza a todos e a todas. Mas nós, enquanto partido, sempre estivemos à disposição. É um fato importante a gente ter uma eleição, já que a chapa majoritária que estava lá, que foi votada, não quis ficar até o final".
"Eu já tenho uma trajetória política na cidade. Já fui vereadora, cumpri mandato de 2017 a 2020. A gente já tem um trabalho em todo o município, com vários outros movimentos sociais e participa de várias ações. A gente não podia deixar de estar ofertando ao portobelense a oportunidade de ter opinião, debate e opções de propostas que nós, temos certeza que temos, e que nós estamos fazendo esse debate na cidade toda. É fundamental que a cidade, que os munícipes votem e que tenham essa possibilidade de escolha".
"Nós temos 13 caminhos. Estão nas nossas mídias, se as pessoas quiserem acompanhar cada um desses assuntos. Nós temos propostas para todos os cantos. Da cultura à juventude, à água, ao esgoto, à questão da mobilidade, à questão da educação, da assistência, e também da saúde. O que nós estamos muito preocupados, hoje, e também temos ouvido muito, é a questão da saúde. Isso nós temos propostas imediatas. Por exemplo: o PA 24h.
Nós queremos, imediatamente, assim que tomarmos posse, tomarmos controle e todas as viabilidades pra gente conseguir fazer isso… a gente precisa. Nós temos um déficit muito grande nos postos de saúde e o 24h, como ele fecha à meia-noite, ficam os munícipes todos, de Porto Belo, sem nenhuma assistência a partir da meia-noite, até às 7h da manhã. E isso é muito ruim pra nós".
"Eu sou médica há 31 anos, todos eles dedicados ao SUS. E na cidade, também já fui médica, implementei lá a Estratégia Saúde da Família no bairro Araçá, fui médica lá. Em oito anos participei lá, como médica concursada, como ginecologista… e a gente sabe muito sobre essa questão porque a gente escuta as necessidades das pessoas. E elas têm falado que isto realmente é crucial e emergente. Nós precisamos cuidar disso".
"Porto Belo tá com incremento de construção civil muito grande. A gente tem visto isso e vocês, que estão aqui na cidade vizinha também acompanham, toda a região acompanha o quanto a construção civil em Porto Belo está crescendo. Mas junto com isso, é importante o crescimento da cidade, verticalizar… facilita algumas coisas, mas dificulta outras. A mobilidade, nós temos um plano pra trabalhar isso. É óbvio que nós precisamos avaliar todo o planejamento, fazer um bom planejamento e um projeto de viabilidade de mobilidade urbana.
A gente tem um déficit muito grande de moradia para as pessoas que lá trabalham e moram, mas que hoje, nesse momento, porque o incremento tá crescendo, o poder aquisitivo não cresceu na mesma monta, o que acontece: as pessoas que tem até dois ou três salários mínimos como renda familiar não estão mais conseguindo nem alugar, muito menos comprar sua casa própria.
Nós precisamos conversar sobre isso, seriamente. Não é fácil. É um impacto muito grande. Ter uma moradia popular, ou pelo menos uma moradia subsidiada é um sonho de muitas prefeituras, e a gente quer, pelo menos, planejar sobre isso, trabalhar sobre isso e, claro, recursos que a gente precisa ter do município e com parcerias que a gente possa conseguir. Mas a gente precisa pensar sobre isso, planejar a cidade pra todos e todas. Esse é o nosso jargão e não é um jargão que não tenha processos sobre ele. Ele é a realidade. Muitas pessoas estão trabalhando em Porto Belo, mas não conseguem morar na cidade. Isso é muito ruim e nós precisamos trabalhar sobre isso".
"O tempo que a gente tem de política e avaliando bem como as pessoas estão se comportando, as pessoas estão, às vezes, ainda, com várias fake news e histórias que não são verdadeiras, sobre o próprio Partido dos Trabalhadores e das trabalhadores. Tivemos um momento muito cruel, com muita pressão e muita violência. Até mesmo, dentro do meu mandato.
Mas o que nós estamos conversando com as pessoas é o contrário. As pessoas estão, realmente, procurando projetos e partidos que trabalhem por elas e que façam a vida delas melhorar. E isso hoje, tem um lugar, mesmo pra nós do Partido dos Trabalhadores, muito mais fácil de comunicação e de diálogo, porque a vida tá dura. E as pessoas recordam um pouquinho de tempo atrás, há oito ou há 10 anos, como viviam… como nós vivíamos, os brasileiros e as brasileiras, como que elas viviam aqui no nosso país?
Eu tenho certeza que elas estavam melhores. A condição de vida delas estava melhor. A gente comia. Comia melhor. A gente ia ao supermercado e fazia as nossas escolhas de marcas. Hoje, nós não conseguimos fazer isso. Hoje, talvez o salário da gente mal dê para pagar o aluguel. Mas o resto, como é que a gente come? Como é que a gente veste? Como é que a gente anda? Como que a gente faz cultura? Não, a gente não tem direito a cultura e lazer? Temos, todos os seres humanos têm. E acho que é isso que hoje, a gente tem caminhado na rua e as pessoas estão mais próximas.
É claro que têm pessoas que não gostam do partido, têm outras que entendem o nosso projeto, não gostam muito do partido mas querem se aproximar do projeto e acreditam nele. Tudo isso é verdadeiro, tudo isso é real. Mas a gente hoje tem outro olhar e as pessoas estão nos olhando de outra forma. Acho que é isso. Qual o melhor projeto pra cidade? É isso que a gente tá falando".
"São dois anos e meio. Não é um tempo muito grande pra fazer gestão, obviamente, a gente quer que a cidade comece caminhar também para outros olhares além da construção civil. Não é que não estamos com essa parceria, que isso não gere empregos, que a gente não tem esse lado muito importante… mas a gente tem que olhar outros. Que a gente, pelo menos, alinhe a cidade.
A saúde tem que melhorar imediatamente. Postos de saúde com médicos e equipes de saúde inteiras, integrais, com a equipe completa. Precisa ter o 24h para além da UPA, que vai ser construída. Isso é com o tempo. Muito legal a área física de uma UPA é maior e melhor que o PA. Mas a gente tem uma estrutura física hoje, é só a gente contratar equipe médica, equipe de profissionais da saúde hoje, da meia-noite até às 6h. Então a gente pode fazer isso, não é uma coisa impossível. Já tem o incremento, é só botar pra trabalhar.
E gestão. Gestão participativa, gestão com vocês. Que a gente possa ouvi-los, como estamos fazendo durante a campanha e não só durante a campanha. A gente quer que a participação, de fato, aconteça. E que essa gestão, de dois anos e meio, alinhe coisas, converse e melhore algumas situações que a gente pode fazer imediatamente".
Quero agradecer a vocês que estão nos recebendo, que vão continuar nos recebendo. Nós não saímos da rua, nós não vamos deixar de ir pra rua hoje que tá chovendo, porque nós queremos conversar com vocês permanentemente. A gente pede o voto, pedimos o voto pela confiança, pelo trabalho que a gente já tem na cidade e pelas propostas.
Vamos alinhar as propostas para aquilo que vocês, a necessidade de vocês, realmente seja ouvida e representada. E tenham certeza, a gente vai cumprir tudo aquilo que é possível cumprir em dois anos e meio. Acreditem nisso, a gente tá na rua, tá com vocês e quer muito que Porto Belo pense em todos e todas. E é por isso que a gente tá disponível.
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