O MDB carregava consigo um sonho e um lixão. Mas, faltou reciclagem. O partido viu sua influência minguar ao perder a disputa pela Prefeitura de Canelinha com uma diferença histórica e ainda sofreu uma queda considerável na votação para a Câmara de Vereadores. Foi apenas o terceiro colocado em número de votos para o Legislativo e, na eleição majoritária, amargou uma diferença de 2.631 votos. A distância entre Diogo Maciel (PL) e Tiago Leal (MDB) foi quase o dobro do que o próprio emedebista conquistou nas urnas: 2.761 votos.
Durante a campanha, o MDB se agarrou ao tema do "lixão" como sua principal bandeira. Esse foi o mote, repetido em debates, panfletos deixados nas portas e nos programas de rádio. Foi tentativa de criar um fato eleitoral que, como revelaram as urnas, não sensibilizou os eleitores. Mesmo diante de uma reeleição difícil, com o prefeito tendo alta aprovação, o MDB falhou em se preparar e sequer conseguiu uma saída honrosa. Em política, até para perder tem que ter estratégia.
Fotos: Willian Rebelo/Divulgação
Nos bastidores, já era sabido: o partido estava remendando frangalhos, como se costura pedaços de estopa. A construção da chapa foi um reflexo claro disso. E o raio-x do resultado revelou a redução drástica de seu poder político. Em 2020, o MDB havia conquistado quatro cadeiras no Legislativo; em 2024, esse número caiu para apenas duas, uma perda de 50%. O encolhimento é ainda mais evidente quando se compara os números: em 2020, o partido obteve 2.931 votos para a Câmara, contra apenas 1.507 em 2024.
Foto: Arquivo/Divulgação
A situação na disputa majoritária também foi desoladora. Em 2020, o candidato do MDB, Moacir Montibeller, alcançou 2.823 votos. Já em 2024, Tiago Leal conseguiu apenas 2.761 votos. Enquanto isso, Diogo Maciel, o prefeito reeleito, foi na contramão: de 3.132 votos em 2020, saltou para 5.392 em 2024.
O descompasso do MDB ficou evidente desde o início. Primeiro, o partido lançou a pré-candidatura do vereador Deivid Leal e do ex-parlamentar Adair da Conceição Lopes Filho, para prefeito e vice, respectivamente. Poucos dias depois, tudo mudou, e o vereador Thiago Vinícius Leal assumiu a candidatura. Com a confusão, restou ao partido e à campanha tentar resgatar a narrativa do lixão. No entanto, isso não foi suficiente para transformar a pauta em votos, tampouco para evitar o encolhimento.
Agora, a questão que fica é: como o MDB vai reagir? O partido precisará remendar os cacos deixados pela derrota, tanto no Executivo quanto no Legislativo. Talvez, mudar o discurso.
Quem sabe, trocar lixão por reciclagem?
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