Pedroca, do MDB, prefeito de São João Batista, amargou o último lugar na disputa eleitoral entre quatro candidatos. Para ele, a eleição foi um plebiscito: ou a população aprovava sua gestão, ou não. A resposta foi um ensurdecedor "não".
Trata-se de um marco histórico. Desde a instituição da reeleição no Brasil, todos os prefeitos de São João Batista conseguiram renovar seus mandatos. Todos, exceto Pedroca. Sua derrota não foi apenas uma recusa política; foi uma rejeição pessoal e de sua gestão, também sem precedentes. Nonga, Aderbal, Daniel, todos conseguiram se reeleger. Mas Pedroca? Pedroca, não.
Fotos: Arquivo/Divulgação
A derrota, porém, já era esperada. Desde o primeiro dia de mandato, Pedroca começou a cavar sua própria queda, comprometendo seu governo com promessas quebradas e decisões mal executadas. Ao assumir, declarou que não manteria ninguém da gestão anterior, mas no dia 1º de janeiro, todos os nomes permaneciam. Prometeu uma reforma administrativa em seis meses, que nunca aconteceu. Seu governo se transformou em uma espiral de autossabotagem.
Num governo conduzido por áudios de WhatsApp, foi também essa ferramenta o seu calcanhar de Aquiles. Pedroca não aprendeu nada com o pleito que o elegeu e governou como se estivesse num grupo de Zap com tiozões se xingando. E sobrou pra todo mundo. Em dado momento, sobrou até para o vice-prefeito. Quem não foi alvo de um áudio grosseiro de Pedroca que levante a mão.
E se a comunicação já era falha, sua gestão foi tateando por entre decisões desacertadas. No sentido mais literal da palavra, Pedroca conseguiu algo raro: uniu os professores de São João Batista contra seu governo, levando-os a uma greve histórica. A comparação infeliz entre professores e garis desencadeou uma guerra declarada, que demonstrava o abismo entre sua visão de educação e a realidade. Um erro de cálculo fatal para qualquer gestor.
Somaram-se a isso os episódios dos empréstimos desencontrados. Pedroca sonhava de noite, anunciava de manhã e, à tarde, voltava atrás. Tornou-se um consenso na imprensa local: sempre que ele fazia um anúncio, a recomendação era esperar algumas horas, porque a chance de ele desdizer tudo era alta.
Ao longo dos quatro anos, Pedroca foi perdendo. Perdeu aliados que foram responsáveis por sua eleição em 2020 e passou a atacá-los. Perdeu o apoio da Câmara de Vereadores após sucessivos arroubos, mas também por desmandos. Teve até vereador dizendo em entrevista: “Esse é o pior governo da história de São João Batista.” Se foi ou não, a população disse nas urnas. A demissão era dada como certa. E também foi desejada. Depois vieram as denúncias.
A polêmica da "farra dos combustíveis" ainda permanece sem explicação. Durante a campanha de 2020, a maior preocupação dos aliados era garantir que Pedroca não renunciasse à candidatura. Após eleito, em várias ocasiões, o prefeito mencionou arrependimento e o desejo de abandonar o cargo. Ele próprio afirmou que não concorreria à reeleição. Os coaches diriam que o universo conspira para realizar o que verbalizamos. E Pedroca recebeu esse presente do cosmos.
No último ano de governo, que culminou com a demissão de Pedroca, o fim já era previsível. É impossível deixar de lembrar das vezes em que todo o secretarido foi demitido e recontratado, e do recorde de licenças tiradas por um prefeito na história da cidade. Para os outros candidatos, perder ou ganhar a eleição fazia parte do jogo.
Para Pedroca, significou um coro dos batistenses dizendo que não aprovaram o que foi e como foi feito na cidade. No mais, passa no RH: Pedroca, você está demitido.
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