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Mudança no tabuleiro político de Tijucas: fragmentação marca eleição de 2024
Os números de Tijucas para 2024 deixam claras as movimentações no tabuleiro político, com resultados que falam por si só. Maickon Sgrott, do PP, liderou o pleito com 36,24%, uma vantagem que pode parecer confortável à primeira vista, mas que, ao ser observada mais de perto, revela um cenário de divisão. Thiago Peixoto, do PL, com 33,69%, quase encostou, enquanto o candidato do MDB, ELMIS, fechou com 30,06%, somando 7.255 votos. Todos ficaram na casa dos trinta, e para governar, Maickon terá que abrir diálogo.
A fragmentação em 2024 revelam uma disputa interessante, principalmente quando comparada ao cenário de 2020, quando o então prefeito Professor Elói (PSD) venceu com uma margem esmagadora de 59,36% e 12.151 votos. Esse domínio amplo se diluiu. Thiago Peixoto, que na época ficou em segundo lugar com apenas 20,70%, conseguiu quase dobrar sua base de apoio em quatro anos. Um crescimento que evidencia que o jogo está mais apertado.
Fotos: Arquivo/Divulgação
Porém, o que chama atenção é o encolhimento do MDB. Se em 2020 o partido já não tinha uma presença robusta, com apenas 15,36% dos votos para a então candidata Fernanda Melo, em 2024 ELMIS herda essa fragilidade. Os 30,06% conseguidos por ele mostram que o partido tentou um resgate, mas ficou preso nas suas limitações internas, sem uma narrativa forte o suficiente para romper o binômio governistas e Tiago.
Ainda que os votos válidos tenham se mantido altos, acima dos 94%, o que revela um eleitorado participativo, é impossível ignorar o fato de que a abstenção subiu levemente, chegando a 25,61%. Um quarto do eleitorado optou por não participar do processo, um silêncio que pode dizer muito sobre a descrença ou a falta de opções que mobilizem verdadeiramente a população.
O novo quadro em Tijucas aponta para um governo do PP com a oposição do PL mais forte do que nunca, e o MDB agora correndo atrás de espaço, e com necessidade urgente de repensar suas práticas.
A história na Câmara de Vereadores
Os números dos vereadores em Tijucas de 2024 também contam sua própria história de realinhamento político. O PL, com suas quatro cadeiras, emerge como a força dominante no Legislativo, ampliando seu espaço e reforçando a presença que já se anunciava na disputa majoritária. O MDB garantiu três vagas.
Comparando com 2020, o PSD, que antes era o partido mais forte da Câmara com cinco cadeiras, viu seu espaço minguar para apenas duas em 2024. Esse encolhimento reflete a perda do protagonismo de uma sigla que, há quatro anos, governava a cidade com tranquilidade, mas que agora precisa rever suas estratégias para não se tornar uma força cada vez mais periférica. O PP, por sua vez, manteve um equilíbrio com duas cadeiras, levemente reduzido em relação às três que ocupava em 2020, ainda que tenha conquistado a prefeitura com Maickon Sgrott.
O Novo e o União Brasil, com uma cadeira cada, marcam a entrada de novos atores no cenário legislativo de Tijucas. O PSB e o PDT, que garantiram espaço em 2020, agora ficam de fora, em um sinal de que o eleitorado está apostando em novas dinâmicas e deslocando suas preferências.
Se em 2020 o PSD parecia invencível, hoje é o PL que assume o papel de força dominante no Legislativo, em sintonia com o crescimento de Thiago Peixoto na disputa pela prefeitura. Contudo, a distribuição fragmentada das cadeiras — com seis partidos dividindo as 13 vagas — sugere um Legislativo diverso, onde o diálogo e a articulação serão essenciais.
