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Prefeitura adjetiva: ‘urgente’ e ‘emergente’ para que deveria ter sido ‘prevenção’

Um olhar para as últimas chuvas em Tijucas revela que o verdadeiro culpado pelos alagamentos não é o rio. A omissão gerou mais caos do que as águas revoltas
Por: Jonas Hames - 11/10/2023 18:00min
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A culpa não foi do rio. O Tijucas resistiu o quanto pode, recebeu e distribui um volume sem igual de água. Levou para o mar. O rio resistiu. Subiu e desceu, foi filmado por todos os ângulos. Deu tom a manchetes. Mas o que encheu nossas cidades, não foi o rio. Foi a omissão. 

Um vídeo mostra um grupo de crianças brincando dentro de um parquinho alagado no Bairro Praça em Tijucas. Eles estão confortáveis, como que acostumados com a situação. Do outro lado, em vários pontos de Tijucas, pessoas já aguardavam que a água entrasse em suas casas. Não a água do rio, mas a de valas e da rua. O rio pouco perturbou. 

 

Fotos: Reprodução/VipSocial

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Mas as valas e as bocas de lobo, essas trouxeram problemas. E a prefeitura de Tijucas assumiu essa responsabilidade em uma nota oficial bem desenhada. Estranhamente, o ritmo das administrações parece ser mais lento que a água que escorre pelas valas. Foram as valas e bocas de lobos, segundo a própria prefeitura, que mais prejudicam os moradores.

O poder público deu uma tradução singular para a palavra urgência: um reconhecimento, uma mea culpa. Tais medidas "emergenciais e urgentes" que incluem a limpeza de valas e bocas de lobo nos Bairros Praça e Sul do Rio, onde as situações que deveriam ser do dia a dia da administração, rotina, ganharam status de prioridade?

Parece que a cidade de Tijucas, à beira do mar, finalmente percebeu que é cercada por água e que problemas crônicos, como suas valas entupidas, agora merecem um selo de urgência.

 

 

O drama, apesar da súbita urgência, é antigo. As deficiências na drenagem da cidade são como um déjà vu constante. Só o Elói, o prefeito de Tijucas, está olhando para esses mesmos problemas há 82 meses. 

O lema "antes tarde do que nunca" parece fazer sentido aqui. No entanto, as ações urgentes deveriam ter sido priorizadas como medidas preventivas. As obras de prevenção deveriam ter sido regulares e realizadas em momentos de estabilidade climática, não apenas em resposta às emergências.

 

 

O drama vivido por esses moradores perdura. Agora, somos confrontados com o uso dos adjetivos "urgência" e "emergência". Talvez, mas apenas talvez, essas palavras finalmente entrem nas prioridades da administração e sejam tratadas de forma contínua, não apenas como respostas pontuais.

O verdadeiro imperativo é o uso do substantivo feminino "prevenção" por parte dos homens públicos. Incluir a limpeza de valas e bocas de lobo na categoria de "urgente" é, de fato, admitir que algo não está funcionando como deveria.

Dessa vez, a culpa não foi do rio. 

 

 

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